sexta-feira, 31 de maio de 2013

Seu Olhar de Estilingue Acerta Homens e Mulheres


Leia a critica do novo cd do DJ Zé Pedro
 E chega ao mercado o novo disco de Ana Carolina. Ao escrever essa frase imediatamente consigo ouvir os gritos de seus súditos. Sim , porque para eles esse nome é sagrado e, ao pronunciá-lo logo aparecem (nunca menos  de mil !) fiéis querendo te levar para a Igreja Universal do Reino de Ana Carolina.
    Há dias só se fala nisso nas ferramentas sociais: o álbum “#AC” está para chegar e foi nessa quarta-feira , que os mais desesperados puderam ouvir (ainda sem poder comprar) as faixas do disco. Eu sou amigo de casa e confesso que já tinha desfrutado do privilégio de espiar algumas canções ainda em estado bruto e percebi que mudanças estavam por vir. Mas…muita calma nessa hora. O estilo Ana Carolina está preservado. Apenas o oxigênio de programações eletrônicas criadas por Alê Siqueira chegaram para confirmar o que os mais atentos já haviam percebido: as canções intensas e os gestos dramáticos de Ana cada vez mais perdem espaço em seus shows diante do transe fanático e suicida de seus adoradores. São chifres que piscam, anéis repletos de luzes e muita gritaria. E sempre que tenta investir numa atitude mais séria, a cantora é arrastada pela euforia de um povo em chamas. O jeito então foi partir pra pista. E para mim essa é a grande surpresa de “#AC”: as baladas estão enfileiradas ao final do disco e com cara de bônus, deixando bem claro que agora o beat da beata é que vai reinar. Portanto abra suas asas e solte suas feras, o novo disco de Ana Carolina é pra dançar.
    Enquanto estou ouvindo penso também que, ao contrário de outras cantoras de sua geração que diluíram suas carreiras em tributos inúteis na busca de dinheiro imediato, Ana Carolina insiste em fazer somente o que é seu, muitas vezes pagando o preço da superexposição ou ficando na eterna mira maldosa de alguns críticos especializados e ouvintes preconceituosos. Quando recorre aos medalhões da MPB é para acontecerem novas parcerias, como é o caso nesse disco da faixa “Resposta da Rita” em que o velho samba de Chico Buarque (com o próprio nos vocais) dialoga com uma nova letra criada por ela em dupla com Edu Krieger. Ana Carolina dispensa regravações surradas ou homenagens mentirosas. Sua obra é honesta, pessoal e intransferível. Gostar ou não já é outro assunto.
    Com certeza a capa de “#AC” é uma das melhores de Ana Carolina até hoje. Nos últimos anos sua pose extremada de diva já apresentava sinais de cansaço. A foto vibrante e inesperada de Leonardo Aversa mergulha (literalmente) Ana em outras águas, dispensando o indefectível terno preto e as caras e bocas de uma moça sem recato.
    E chego ao final do disco. “Leveza de Valsa” é a palavra final de exatos 35 minutos e 34 segundos de letras maliciosas, melodias descaradas e uma garganta privilegiada. Ana Carolina ainda tem muito combustível pra queimar, discos para vender e fãs para conquistar. Ela segue sabendo de si e está pronta pra sofrer de novo.

SITE DJ ZÉ PEDRO
FONTE

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